Análise do livro didático:
Mota, Myriam Becho;
Braick, Patrícia Ramos. História: das cavernas ao terceiro milênio. Ed.
Moderna, 2001.
Grupo: Luiz
Felipe, Sebastião, Derwin Mandú, Paulo Luiz, Lucas Rossiter
CONTEÚDO
O livro aqui analisado – próprio para
o ensino médio -, não difere muito dos demais livros didáticos, no que se
refere e exposição de fatos. Seu conteúdo consiste na análise nas mudanças
políticas, econômicas e sociais instauradas na “República Velha”.
Em
primeira instância, as autoras analisam as mudanças realizadas durante o
governo do Marechal Deodoro da Fonseca, como a política de Rui Barbosa
conhecida de Encilhamento; a
transformação das antigas províncias em estados e etc. Em seguida, analisam a
transição tensa do governo de Deodoro para o de Floriano Peixoto. Esse último
presidente é visto como o consolidador da República. Dentre um dos aspectos que
é analisado nesse governo, destaca-se a Revolução Federalista.
Em
seguida, são analisados os aspectos econômicos e sociais tanto no meio rural
como no urbano, com enfoque especial para Rio de Janeiro, São Paulo, Belo
Horizonte e Curitiba. É analisada, também, a transição do Governo Provisório para
o governo caracterizado pela política café com leite que consistia na alternância
de paulistas e mineiros na Presidência da República. As autoras vão se deter
também na questão do incipiente desenvolvimento industrial e suas consequências
sociais.
Os
movimentos sociais são divididos em movimentos
rurais e movimentos urbanos,
porém, de forma bastante sintética, mencionando apenas alguns movimentos sem
discorrer muito sobre eles. Nos rurais, são vistos com relativo detalhe a Guerra
de Canudos, o Contestado; nos urbanos, o Tenentismo e os movimentos operários incluindo
as greves, são os que passam ter uma relativa atenção. Nesse último aspecto é
visto com um detalhe especial o surgimento dos comunistas e sua organização
partidária.
Mas,
no final do capítulo referente aos primeiros anos sobre a República, as autoras
analisam os aspectos culturais, entre eles a Semana de Arte Moderna. Aqui, no
entanto, as autoras não vão restringir as manifestações culturais do período da
“República Velha”, pois vão estender suas análises para outras manifestações
ocorridas nas décadas seguintes chegando até a década de 80.
COMO
Um
dos aspectos a serem avaliados na forma como as autoras constroem a obra é o
uso recorrente de citações de várias obras historiográficas que servem para
fundamentar a análise sobre o assunto. Por exemplo, as autoras utilizam de uma
citação de José Murilo de Carvalho, em seu livro A formação das almas, para mostrar ao aluno leitor as diferenças
entre o jacobinismo, liberalismo e o positivismo. Esse “recheio” de citações é
visto pelo nosso grupo, como um ponto positivo na obra, pois ao lado da exposição
dos fatos o leitor é introduzido na discussão historiográfica sobre alguns
assuntos interessantes.
Além
do uso recorrente de citações historiográficas, as autoras utilizam documentos
históricos sempre no começo dos capítulos que compõe a obra. No capítulo aqui
analisado, elas usam títulos e parte de uma matéria jornalística que expressam o
cenário político da época. Ponto positivo, pois esse recurso leva ao leitor a
uma reflexão sobre o assunto a ser estudado, gerando interesse sobre ele. O próprio
título do capítulo, “Brasil República:
autoritarismo ou democracia”, provoca uma reflexão do leitor.
Porém,
o recurso imagético tem lá seus pontos positivos e negativos. As autoras se utilizam
de fotografias, pinturas para ilustrar os assuntos estudados. Porém, elas não utilizam
de mapas para situar o aluno leitor. Este recurso seria válido, por exemplo,
para mostrar a expansão cafeeira.
COMPREENSÃO
DA REPÚBLICA
A compreensão
das autoras sobre a república está explícita na seguinte citação
Muitas vezes o
dia-a-dia dos brasileiros da cidade ou do campo, no início do século, se
apresenta aos nossos olhos de maneira sedutora, quase idílica. Tais imagens são
verdadeiras. Mas, não devemos nos iludir, por trás delas frequentemente se esconderam
medidas e práticas políticas que não incluíram o bem-estar social. (Mota;
Braick, 2001, p.438).
Corroborando, de
certa forma, com a visão de José Murilo de Carvalho, as autoras veem o período
da República Velha, como um momento em que as esperanças por melhores condições
de vida da população foram sufocadas pelas políticas contraditórias dos vários
governantes que assumiram a chefia do governo. A mudança do regime monárquico
para o republicano não significou, portanto, em mudanças na ordem social. Tal visão
está explícita em outra afirmação
A verdade é que os pobres continuavam
a ser mantidos em posição de inferioridade social – pelo uso da violência,
quando necessário -, excluídos das benesses do novo regime. (Mota; Braick,
2001, p.440).
REVOLTA DA
CHIBATA
Como já falamos
anteriormente, as autoras falam pouco sobre determinados movimentos populares
ocorridos na república. A revolta da Chibata, tema
do nosso grupo, é apenas mencionado dentro dos movimentos urbanos, sem ter muitas
preocupações sobre o assunto. Sobre o ele, o aluno leitor só tem a informação de que com a revolta os
castigos corporais sobre os negros marinheiros foram banidos.
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