segunda-feira, 14 de maio de 2012


Análise do livro didático:
Mota, Myriam Becho; Braick, Patrícia Ramos. História: das cavernas ao terceiro milênio. Ed. Moderna, 2001.
Grupo: Luiz Felipe, Sebastião, Derwin Mandú, Paulo Luiz, Lucas Rossiter

CONTEÚDO
            O livro aqui analisado – próprio para o ensino médio -, não difere muito dos demais livros didáticos, no que se refere e exposição de fatos. Seu conteúdo consiste na análise nas mudanças políticas, econômicas e sociais instauradas na “República Velha”.
Em primeira instância, as autoras analisam as mudanças realizadas durante o governo do Marechal Deodoro da Fonseca, como a política de Rui Barbosa conhecida de Encilhamento; a transformação das antigas províncias em estados e etc. Em seguida, analisam a transição tensa do governo de Deodoro para o de Floriano Peixoto. Esse último presidente é visto como o consolidador da República. Dentre um dos aspectos que é analisado nesse governo, destaca-se a Revolução Federalista.
Em seguida, são analisados os aspectos econômicos e sociais tanto no meio rural como no urbano, com enfoque especial para Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte e Curitiba. É analisada, também, a transição do Governo Provisório para o governo caracterizado pela política café com leite que consistia na alternância de paulistas e mineiros na Presidência da República. As autoras vão se deter também na questão do incipiente desenvolvimento industrial e suas consequências sociais.
Os movimentos sociais são divididos em movimentos rurais e movimentos urbanos, porém, de forma bastante sintética, mencionando apenas alguns movimentos sem discorrer muito sobre eles. Nos rurais, são vistos com relativo detalhe a Guerra de Canudos, o Contestado; nos urbanos, o Tenentismo e os movimentos operários incluindo as greves, são os que passam ter uma relativa atenção. Nesse último aspecto é visto com um detalhe especial o surgimento dos comunistas e sua organização partidária.
Mas, no final do capítulo referente aos primeiros anos sobre a República, as autoras analisam os aspectos culturais, entre eles a Semana de Arte Moderna. Aqui, no entanto, as autoras não vão restringir as manifestações culturais do período da “República Velha”, pois vão estender suas análises para outras manifestações ocorridas nas décadas seguintes chegando até a década de 80.

COMO
Um dos aspectos a serem avaliados na forma como as autoras constroem a obra é o uso recorrente de citações de várias obras historiográficas que servem para fundamentar a análise sobre o assunto. Por exemplo, as autoras utilizam de uma citação de José Murilo de Carvalho, em seu livro A formação das almas, para mostrar ao aluno leitor as diferenças entre o jacobinismo, liberalismo e o positivismo. Esse “recheio” de citações é visto pelo nosso grupo, como um ponto positivo na obra, pois ao lado da exposição dos fatos o leitor é introduzido na discussão historiográfica sobre alguns assuntos interessantes.
Além do uso recorrente de citações historiográficas, as autoras utilizam documentos históricos sempre no começo dos capítulos que compõe a obra. No capítulo aqui analisado, elas usam títulos e parte de uma matéria jornalística que expressam o cenário político da época. Ponto positivo, pois esse recurso leva ao leitor a uma reflexão sobre o assunto a ser estudado, gerando interesse sobre ele. O próprio título do capítulo, “Brasil República: autoritarismo ou democracia”, provoca uma reflexão do leitor.
Porém, o recurso imagético tem lá seus pontos positivos e negativos. As autoras se utilizam de fotografias, pinturas para ilustrar os assuntos estudados. Porém, elas não utilizam de mapas para situar o aluno leitor. Este recurso seria válido, por exemplo, para mostrar a expansão cafeeira.

COMPREENSÃO DA REPÚBLICA
A compreensão das autoras sobre a república está explícita na seguinte citação

Muitas vezes o dia-a-dia dos brasileiros da cidade ou do campo, no início do século, se apresenta aos nossos olhos de maneira sedutora, quase idílica. Tais imagens são verdadeiras. Mas, não devemos nos iludir, por trás delas frequentemente se esconderam medidas e práticas políticas que não incluíram o bem-estar social. (Mota; Braick, 2001, p.438).

Corroborando, de certa forma, com a visão de José Murilo de Carvalho, as autoras veem o período da República Velha, como um momento em que as esperanças por melhores condições de vida da população foram sufocadas pelas políticas contraditórias dos vários governantes que assumiram a chefia do governo. A mudança do regime monárquico para o republicano não significou, portanto, em mudanças na ordem social. Tal visão está explícita em outra afirmação

 A verdade é que os pobres continuavam a ser mantidos em posição de inferioridade social – pelo uso da violência, quando necessário -, excluídos das benesses do novo regime. (Mota; Braick, 2001, p.440).

REVOLTA DA CHIBATA
Como já falamos anteriormente, as autoras falam pouco sobre determinados movimentos populares ocorridos na república. A revolta da Chibata, tema do nosso grupo, é apenas mencionado dentro dos movimentos urbanos, sem ter muitas preocupações sobre o assunto. Sobre o ele, o aluno leitor só tem a informação de que com a revolta os castigos corporais sobre os negros marinheiros foram banidos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário