segunda-feira, 14 de maio de 2012

Comentário sobre Livro didático. Livro Utilizado: História do Brasil; 7ª Edição; Editora Atual. Autores: Luiz Koshiba e Denise Manzi Frayze Pereira


Grupo: Aline Cardoso
            Amanda Alves
            João Lucas Cavalcanti
            Geraldo Candido Neto
            Cid Cordeiro



 1) Conteúdo:

Capítulo 23: A Organização da  República e Oligarquia Cafeeira


                        -A Implantação da República;
·         Os treze Presidentes
·         O Governo Provisório(1889-1891)
·         As primeiras Medidas
·         O “Encilhamento”

-          A Constituição de 1891;
·         Características

-          A Consolidação da República( 1891-1894);
·         Civis e Militares
·         A eleição de Deodoro
·         A renúncia de Deodoro
·         Floriano Peixoto(1891-1894)
·         O manifesto dos treze generais
·         A revolta da Armada
·         A revolta Federalista
·         Floriano, o Marechal de Ferro

-          A “Política dos Governadores” e a Constituição da República Oligárquica;
·         A hegemonia dos cafeeicultores
·         A “política dos Governadores”
·         A comissão de verificação
·         O Coronelismo
-          O Crescimento do Mercado Interno;
·         O mercado consumidor
·         A tradição da monocultura
·         O endividamento externo
·         O funding loan
·         O estímulo a industrialização

-          A Política de Valorização do Café;
·         A organização da economia cafeeira
·         A crise da superpeodução
·         O convênio de Taubaté(1906)



Capítulo 24: As Primeiras Rebeliões na República Velha


-          Rebeliões sem Projeto;
·         As rebeliões primitivas
·         Canudos
·         Contestado

-          O Cangaço;
·         O banditismo Social
·         Origem do Cangaço
·         Lampião, o rei do Cangaço

-          A Revolta da Vacina;
·         Rodrigues Alves e o seu programa de governo
·         A reurbanização e o saniamento
·         A segregação social
·         A revolta popular

-          A  Revolta da Chibata;
·         O recrutamento militar
·         A rebelião
·         A repressão


Capítulo 25: A Crise dos Anos 20


-          As Repercussões da Primeira Guerra no Brasil;
·         O domínio da Oligarquia
·         As novas valorizações do café
·         Contradições da desvalorização

-          O processso de Industrialização;
·         A origem e as condições da industrialização
·         Os efeitos da primeira guerra
·         A crise de 29
·         Os anos 20

-          A Semana de Arte Moderna (1922);
·         Tendências da Arte no século XX
·         Situação no Brasil
·         Preparação do Movimento
·         Anita Malfati
·         A eclosão do movimento
·         Modernismo e tendências ideoógicas

-          O Tenentismo;
·         Origens da crise dos anos 20
·         Os primeiros abalos do “café com leite”
·         A reação republicana
·         A Aliança Libertadora
·         As rvoltas tenentistas
·         O programa de ação dos tenentes
·         A “herança” do tenentismo

-          O Movimento Operário no Brasil;
·         O trabalhador operário
·         Organização operária
·         Os anarquistas
·         A nova conjuntura internacional
·         A legislação trabalhista
·         Os comunistas


2) Como:


De maneira geral, pode-se falar que o livro trás uma narrativa factual dos acontecimentos de maior relevância ocorridos na fase inicial da República no Brasil.  A informação em si, parece prevalecer sobre a análise dos acontecimentos pontuados pelos autores ao longo dos capítulos, o que na opnião do grupo restringe a possibilidade do debate e do despertar mais crítico sobre os fatos apresentados. Do ponto de vista  da organização dos capítulos e dos temas trazidos em cada um deles foi notória a preocupação em ordena-los conforme a seguinte estrutura: Aspectos Políticos e Econômicos; Aspectos Sociais e as Manifestações Populares e por fim, alguns elementos da Cultura. Essa espécie de separação (ainda que não explicita), não traz prejuízos a compreensão dos fatos históricos narrados e têm um viés possivelmente didático. Cabendo ao professor, estabelecer as relações entre esses fatos aos possíveis leitores do Livro em tela. Como a maioria dos livros didáticos editados para o ensino Brasileiro, há uma forte presença de imagens auxiliares ao texto e que, na opinião do grupo preenche positivamente a construção do aprendizado da História. Sendo muito boas as referências do acervo de imagens escolhidas pelos autores, para a formação da memória histórica dos temas abordados.
Com relação ao conteúdo em si, observamos que os temas são apresentados de maneira predominantemente sintética e informativa, característica de um texto didático. Sendo bem sutis alguns poucos comentários sobre os acontecimentos. No capítulo 23, por exemplo, que trata de maneira geral do estabelecimento do regime Republicano e os desdobramentos políticos, administrativos e econômicos resultantes desse processo. O assunto “Política dos Governadores” e a Constituição da República Oligárquica, em que temas como a política de verificação de votos e a cultura política do Coronelismo presentes naquela ocasião perceberam um sutil comentário crítico a esses temas, em que o autor utiliza-se de caricaturas representativas da época para fazê-lo.
O capítulo 24, em que trata das Rebeliões na República velha, inicia-o chamando de “rebeliões primitivas” e relaciona ao contexto histórico da expansão do sistema capitalista no final do século XIX, em que pontuam de maneira generalizante “Essa rebeliões primitivas surgiram em virtude das alterações provocadas pelo capitalismo, que desestabilizou as antigas formas de organização e dominações sociais. O capitalismo fez cair o véu que ocultava a opressão e a miséria dessas sociedades rurais arcaicas. As rebeliões foram, então, um protesto trágico contra a opressão e a miséria, mas um protesto sem projetos claros e definidos. Quase sempre, as aspirações dos rebeldes primitivos se mesclava à profunda religiosidade, sem orientação política consciente. Daí a razão do seu isolamento e, conseqüentemente, do seu fracasso ante as forças repressivas dos poderes constituídos.”( p. 244).  Percebe-se um posicionamento, um tanto restrito dos autores que desconsideraram do processo das Revoltas Populares as peculiaridades da cultura do povo brasileiro, simplesmente, inserindo os acontecimentos às repercussões das mudanças do sistema capitalista. No geral, o livro narra os fatos das principais rebeliões sem tecer comentários acerca dos movimentos.
Com relação ao capítulo 25, em que os autores tratam do período final da chamada “República Velha”, intitulam no de “Crise dos anos 20” levando em consideração a inserção do Brasil no plano político-econômico global imerso na Crise do capitalismo como também do desalinho provocado pelas tensões da Primeira Guerra e as repercussões que estes fatos geraram na jovem República Brasileira.   O grupo destaca neste capítulo, a proposta dos autores em trazer temas como as novas tendências artística do Século XX, a Semana de Arte Moderna e o próprio movimento Modernista,apesar de serem puramente colocados de forma descritiva relacionando características e narrando os acontecimentos, revela o viés das Artes acerca do cotidiano e da realidade vivenciada pela sociedade brasileira em gênese e em busca da sua própria identidade nacional (especificamente tratado no movimento Modernista).  Do ponto de vista político, o capítulo aborda o movimento Tenentista também de forma descritiva, tecendo sutilmente críticas ao movimento quando no texto diz “Ideologicamente, os tenentes eram conservadores, não propunham mudanças significativas para a estrutura social brasileira. Defendendo um reformismo social ingênuo misturado com muita centralização política e nacionalismo.”(p.260). Por fim, o Movimento Operário e tratado pelos autores como um “novo ator na história política do Brasil”, já que esse operariado nasceu justamente no decorrer dessas duas décadas iniciais do século XX. Relaciona o tema às ideologias anarquistas e ao comunismo, ressaltando a marcante influência desses últimos no movimento operário e na gênese do sistema sindical.

Concluímos nesta breve análise deste livro didático que há uma predominante característica informativa dos acontecimentos históricos, apesar de reconhecermos a importância de cada tema exposto pelos autores. Entretanto, refletimos que há uma fragilidade no ensino da História quando este se limita apenas a uma grande e seqüenciada narrativa descritiva dos fatos, sendo de extrema relevância suscitar um olhar critico consciente da necessária inquietação que desperta o estudo da História para formação do humano.




3) Compreensão da República:

Na opinião do grupo, o autor compreende o fenômeno que resultou na implantação do Regime Republicano como um mero instrumento das elites locais, em que a política esteve inteiramente dominada pela elite oligárquica cafeeira, em cujo nome e interesse o poder foi exercido. Alijados do poder oficial, de fato, os manifestos populares são pontuados apenas a título das repercussões locais dos movimentos, desconsiderando uma visão social mais crítica dos símbolos desses movimentos para a construção dessa complexa sociedade brasileira pós-imperial. Faltando a obra problematizar a questão da cidadania desse povo exercida não apenas com a ótica do poder oficial.







    

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