O livro “A escrita da História”,
dos autores Flavio de Campos e Renan Garcia Miranda, faz uma análise da
instauração da República, a “República da Espada” (termo usado pelos autores no
livro), sob uma perspectiva essencialmente política, tomando como referências
eventos ou figuras chave do acontecido, como o Governo Provisório, o governo de
Deodoro da Fonseca, o fim do poder militar e o Coronelismo.
Para os autores, a implantação da
República não foi fruto de um processo revolucionário em que as camadas
populares tenham participado ativamente e nem ampliado a representação política
do país. O que houve foi uma reacomodação entre os grupos dominantes do
período. Além disso, muitos grupos confundiram a repercussão do 15 de Novembro
com uma simples parada militar. Apesar das tentativas dos republicanos
radicais, como Silva Jardim e Lopes Trovão, defensores e incitadores da
participação e do levantamento das massas, o 15 de Novembro constituiu-se no
primeiro golpe militar da história do Brasil, e consideram que aqueles que
apoiavam o Imperador foram frustrados por este, que desestimulava possíveis
resistências. Sem participação ativa do povo e com a Monarquia também apática,
aqueles dias passaram como dias normais, sem chamar a atenção.
No que diz respeito aos recursos
didáticos utilizados pelos autores, é feito o uso de inúmeras ilustrações e
janelas de texto com informações em destaque que são intercaladas com o texto
principal, esquemas e tabelas com dados estatísticos (como a utilizada na
análise da “Política dos Governadores”), além de exercícios ao final de cada
capítulo, compostos de questões “abertas”, argumentativas, ainda que um pouco
restritas a descrição de conceitos, como definição do que é Coronelismo,
Política do café-com-leite etc. Um recurso utilizado pelos autores que chamou a
atenção do grupo foi a relação de práticas correntes no período correspondente
ao da proclamação da República com práticas correntes em nossos dias (o quadro
se chama “Um outro olhar”), como o Coronelismo, tema ao qual dedica uma página
de análise com reportagens de jornais que indicam sua presença no Nordeste, e
especificamente na Bahia de ACM; ao final do texto, faz questionamentos sobre
as relações entre passado e presente expostos anteriormente.
O livro não trata da Revolta do
Juazeiro, restringindo-se apenas a uma brevíssima análise da participação
política do Padre Cícero no Nordeste.
Referência bibliográfica:
CAMPOS, Flávio; MIRANDA, Renan G.
A escrita da História. São Paulo:
Escala Educacional, 2005, volume único.
Grupo: Volnei Neto, Taciana
Barreto, Thiago Silva e Rosana Maria.
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