domingo, 18 de março de 2012

O movimento pré-republicano


                                                                                                                                         Por Janaina Paz

“Com o fim do Império vem a República”, muitas vezes é assim que pensamos quando vem em nossa mente a questão política do Brasil, como se a mudança na forma de governo fosse assim tão simples. Diante disso se faz necessário um estudo mais aprofundado no que se refere aos motivos para o acontecimento desse fato.

A idéia republicana já permeava algumas mentes nas discussões  da Inconfidência Mineira, da Guerra dos Alfaiates, na Revolução de 1817 em Pernambuco e na Farroupilha, sendo esta última um maior exemplo de rebelião republicana no período regencial. Havia também um descrédito das instituições imperiais e a abolição havia criado um descontentamento entre os grandes proprietários escravistas, que eram o principal apoio da monarquia. Além disso as modificações sociais e econômicas do Império tiveram implicações diretas com a situação política da época, os partidos Liberal e Conservador, não queriam que o sistema político fosse modificado, por outro lado novos grupos reclamavam essas modificações e entravam  em choque com o poder do Império.

Essas ideias republicanas não eram de exclusividade dos políticos, os oficiais do exército também já discutiam o republicanismo, adquirindo consciência de sua importância como instituição, os militares passaram a exigir uma maior participação na vida política do país através do republicanismo e do movimento abolicionista. Esse republicanismo que se difundiu entre os militares tinha origem no positivismo de Augusto Comte, que visavam uma ditadura republicana como forma de sanear o Brasil dos males criados pelo Império.

Um outro acontecimento importante no movimento pré-república  foi a publicação do Manifesto Republicano, este documento reunia as propostas lançadas pelo republicanismo, propunha que o Brasil tivesse uma certa autonomia das províncias em relação ao governo central, isso beneficiava os produtores de café que teriam liberdade para manter relações comerciais com o exterior e que nosso país se transformasse em uma república federativa para se adequar ao resto da América. Vale salientar que os evolucionistas que faziam parte desse grupo, queriam a ajuda do imperador para o fim da Monarquia, mas sem violência.

Diante desses fatos podemos afirmar que a crise do Império era irreversível, ocorreram diversas manifestações populares, e a oposição à monarquia era cada vez maior. As principais críticas tinham como motivo o  autoritarismo do Poder Moderador exercido pelo D. Pedro I, foi nesse clima agitado que a República foi proclamada no Brasil.
CARVALHO, José Murilo. A Formação das Almas: o imaginário da república do Brasil,São Paulo, Companhia das Letras, 1990. 

Um comentário:

  1. Janaína. O livro de José Murilo é bastante denso, e sua postagem eu tendo a considerar um pouco superficial, diante das questões colocadas pelo autor. Que tal reler e aprofundar alguma questão?

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