Por Janaina Paz
“Com o fim do Império vem a República”,
muitas vezes é assim que pensamos quando vem em nossa mente a questão política
do Brasil, como se a mudança na forma de governo fosse assim tão simples.
Diante disso se faz necessário um estudo mais aprofundado no que se refere aos
motivos para o acontecimento desse fato.
A idéia republicana já permeava algumas
mentes nas discussões da Inconfidência Mineira, da Guerra dos Alfaiates,
na Revolução de 1817 em Pernambuco e na Farroupilha, sendo esta última um maior
exemplo de rebelião republicana no período regencial. Havia também um
descrédito das instituições imperiais e a abolição havia criado um
descontentamento entre os grandes proprietários escravistas, que eram o
principal apoio da monarquia. Além disso as modificações sociais e econômicas
do Império tiveram implicações diretas com a situação política da época, os
partidos Liberal e Conservador, não queriam que o sistema político fosse
modificado, por outro lado novos grupos reclamavam essas modificações e
entravam em choque com o poder do Império.
Essas ideias republicanas não eram de exclusividade dos políticos,
os oficiais do exército também já discutiam o republicanismo, adquirindo
consciência de sua importância como instituição, os militares passaram a exigir
uma maior participação na vida política do país através do republicanismo e do
movimento abolicionista. Esse republicanismo que se difundiu entre os militares
tinha origem no positivismo de Augusto Comte, que visavam uma ditadura
republicana como forma de sanear o Brasil dos males criados pelo Império.
Um outro acontecimento importante no movimento pré-república
foi a publicação do Manifesto Republicano, este documento reunia as
propostas lançadas pelo republicanismo, propunha que o Brasil tivesse uma certa
autonomia das províncias em relação ao governo central, isso beneficiava os
produtores de café que teriam liberdade para manter relações comerciais com o
exterior e que nosso país se transformasse em uma república
federativa para se adequar ao resto da América. Vale salientar que os
evolucionistas que faziam parte desse grupo, queriam a ajuda do imperador para
o fim da Monarquia, mas sem violência.
Diante desses fatos podemos afirmar que a crise do Império era
irreversível, ocorreram diversas manifestações populares, e a oposição à
monarquia era cada vez maior. As principais críticas tinham como motivo o
autoritarismo do Poder Moderador exercido pelo D. Pedro I, foi nesse
clima agitado que a República foi proclamada no Brasil.
CARVALHO, José Murilo. A Formação das Almas: o imaginário da república do Brasil,São Paulo, Companhia das Letras, 1990.
Janaína. O livro de José Murilo é bastante denso, e sua postagem eu tendo a considerar um pouco superficial, diante das questões colocadas pelo autor. Que tal reler e aprofundar alguma questão?
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