
Por Alexandre Aguiar
Na última aula de História dos Brasil 7 (29/02), surgiu uma discussão sobre os temas que seriam abordados na sala de aula durante a cadeira, e dentre os temas surgiu um sobre a corrupção, que gerou um pequeno debate sobre esse assunto tão rico (no bom sentido!) e que possibilitará várias questões a serem debatidas pelo olhar da história. No desenvolver dessa aula me lembrou um artigo que li sobre a corrupção na Revista de História da Biblioteca Nacional, a edição de Nº 42, de Março de 2009. Essa edição trás em sua matéria de capa o tema "Corrupção: Crime ou costume?", na qual se encontram alguns artigos sobre esse assunto, dentre eles um chamou-me atenção em especial, que seria do historiador José Murilo de Carvalho intitulada de "O Eterno Retorno?", que ele descreve um pouco sobre a questão da corrupção no Brasil sobre sua dimensão histórica. No começo do artigo o autor vai discutindo sobre como o sentido da palavra corrupção veio mudando ao longo do tempo, especialmente no século XX, com todas as suas mudanças, citando como por exemplo até 1945 as acusações de corrupção eram direccionadas para as instituições, e não aos políticos em si. Ou seja, segundo José Murilo de Carvalho, quando os republicanos acusavam o sistema imperial de corrupto não estavam atacando a pessoa de D. Pedro II, mas sim o sistema que era o causador da corrupção. E assim também aconteceu quando os republicanos da Revolução de 1930, atacavam a denominada depois por eles de "República Velha". Contudo a principal tese do artigo é que essa cultura de infracção é causada principalmente pela distância entre as leis e a sua respectiva aplicação, ou seja, os nossos legistas tem como objetivo principal a criação e não sua execução. Além disso outro grande fator é que o corpo cidadão também representa grande contribuição para essa situação. Como podemos reclamar da corrupção política se quando temos oportunidade de exercer "o jeitinho brasileiro", não perdemos a chance? Furamos fila, compramos o guarda de trânsito, entre outros "costumes", que seria necessário a sua erradicação para o fim dessa prática que infelizmente está se tornando tão comum: a chamada corrupção.
Segue o link do artigo para uma melhor leitura:

http://www.revistadehistoria.com.br/secao/capa/o-eterno-retorno.
Para ler todos os artigos do Dossiê corrupção da revista, basta clicar aqui.
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http://www.revistadehistoria.com.br/secao/capa/o-eterno-retorno.
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Ótima indicação para incrementar o debate. Li o comentário de Roberto da Matta sobre o jeitinho brasileiro, e ele traz alguns outros questionamentos para nossa reflexão. Não lembro quem, na sala de aula, falou do jeitinho e fez alusão ao trabalho do Roberto da Matta... então, é bem legal ler o comentário. Aqui vai um pedacinho:
ResponderExcluir"O que nos enlouquece hoje no Brasil não é a existência do jeitinho como ponte negativa entre a lei e a pessoa especial que dela e livra. É a persistência de um estilo de lidar com lei, marcadamente aristocrático que de certo forma induz o chefe, o diretor, o dono, o patrão, o governador, o presidente, a passar por cima da lei porque ele a “empossa”. O cargo público ainda hoje, e apesar dos avanços, ainda é concebido aristocraticamente, não burocraticamente e patriarcalmente como o foi nos velhos tempos de Dom Casmurro."
ótimo artigo Alexandre!Parabéns! Eu inclusive tenho essa revista. Caso o tema seja posto em pauta em sala de aula, posso levá-la. Participo de um grupo no facebook que realiza alguns movimentos no sentido de mostrar que o anti-jeitinho também é brasileiro. Para quem interessar fica aqui o link. https://www.facebook.com/groups/opecc/
ResponderExcluirPs: sem querer ser chata, mas tem um sic(correção)na sexta linha do final pra o começo do texto, onde tem "legistas" acho que tu queria por "legisladores", né?
Este comentário foi removido pelo autor.
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