segunda-feira, 16 de abril de 2012

Os Bestializados

        Por Adizailma Maria da silva





                Os Bestializados O Rio de Janeiro e a República que não foi Ha uma suposta não participação do povo na construção da República, de como teria havido um movimento dito popular sem a participação do povo? Mas o povo esteve presente se não a população que hoje se faz presente em qualquer movimento, mas sim o que era povo considerado na época.
                Naquele momento o negro ex-escravo era o contingente maior da população brasileira, mas ainda não tinha o seu papel reconhecido na sociedade, o estrangeiro era visto de forma suspeita pela população local, no mínimo como usurpador dos empregos destinados aos brasileiros e os brasileiros ditos merecedores de fazer parte do movimento, ou não tiveram participação por vontade própria ou foram impedidos de participar, mas o movimento só houve se não pela participação de parte interessada no mínimo pelos que viram que seriam excluídos dos benefícios do novo regime político se não se envolvessem no movimento.
                Aristides Lobo e Louis Couty não reconheciam a participação do povo, mas tinham como visão de uma participação em moldes europeus, o que com a sociedade da época seria a última coisa a ser aceita. A sociedade tinha o maior medo que aqui houvesse algo parecido com o que foi a Revolução de 1789, então a participação do povo teria que ser medida e controlada pelos bem intencionados da sociedade, mesmo não tendo, mas a monarquia como regime político, o medo que o povo pudesse agir parecido com o que houve na Fraca era muito grande, sendo um dos motivos para o distanciamento da população, o povo foi usado como propaganda política, como até hoje acontece, mas sendo que na época esperava-se que pudesse manter totalmente a distância do povo do regime o que não houve, mesmo em pequena escala, o povo participou sim do movimento.                                                                                 
                O primeiro capítulo apresenta a participação do Rio de Janeiro. De como ele apareceu como palco para aquele espetáculo, visto que todas as agitações que estavam acontecendo ocorriam primeiras no Rio e se espalhavam para o restante do Brasil, devido a sua importância na época. Isso proporcionou benefícios e prejuízos a cidade, se por um lado era bom ter grande importância política em relação ao resto do país, por outro a agitação do próprio movimento era de grande impacto na cidade e nem sempre de forma positiva.
               O aumento no contingente populacional não só agravou em relação ao desequilíbrio financeiro, como foi responsável pelo aumento da mortalidade na região, com o aumento da população houve um aumento nas epidemias, a moral da cidade que já poderia ser considerada duvidosa, com a República passava a ser vista como perdida em detrimento do dinheiro e do lucro que envolveu o movimento republicano.                                                                                          
              O povo e sua participação se foram considerado inexistente ou insignificante foi devido a ligação com o antigo regime político, ou seja, a monarquia, principalmente os pobres e negros, que não foram agraciados com a República, só mesmo na forma de perseguição, como foi o caso dos capoeiristas que eram envolvidos na antiga Guarda Negra e outros que não eram envolvidos em movimentos mas foram perseguidos pelo novo regime. Até os intelectuais que no início contavam com o apoio da República foram perseguidos pelo governo Floriano, tudo isso, deixava claro a quem pertencia o movimento e a que interesse se prestava. O que havia eram grupos contrario em sua maioria a República ou a forma de República que existia no Brasil na época, não só esses grupos conturbavam a República dentro do Rio como influenciavam os outros Estados a se rebelarem, o que se tornaria nocivo para a República.                                                                                                                                               
                A cidade, porém foi agraciada com uma reforma urbana e sanitária, mesmo sendo a custa do sofrimento da população carente, mas tudo em nome do progresso, foi criado o Código de Posturas Municipais, em 1890, onde ficava estabelecida a conduta de casas de aluguel e pensões, o que se mostrou na realidade uma forma de vigiar a população revoltosa, mas houve realmente uma reforma urbana, a população que desagravada a paisagem do Rio foi retida e colocada nos Morros, houve abertura de novas avenidas e criação de jardins, um embelezamento da paisagem em geral, nos moldes europeus. Os intelectuais se voltaram mais uma vez a Paris e sua forma de vida, o Rio era representa como o ideal da República, o seu cartão postal. Mas acabou prevalecendo à cultura nacional, o que conhecemos como carnaval e futebol foram absolvidos pela massa da população.                                                                   
                O segundo capítulo apresenta a relação entre cidadania e República, a sua carga ideológica e seu processo de eleição, ou seja, a participação do povo no processo de decisão eleitoral.
                A participação popular na República em 1890 foi praticamente uma cidadania garantida à elite, como forma de assegurar um controle sobre as massas. Sendo um regime político nos moldes europeus, mas não querendo a conturbação causada pela participação popular. Nisso constituiu a exclusão da população, principalmente no processo de eleição, foi justamente o caso da mulher, do analfabeto e do mendigo e mais membros de ordens religiosas e algumas alas do Exército. Isso também retirava a obrigação do Governo de educar esse povo.
                 A ideologia do movimento foi o Liberalismo, assim como também do Positivismo. O Liberalismo já era empregado deste do tempo da Monarquia, como foi o caso da Lei de Terra de 1850 e da Lei de Sociedades Anônimas de 1882, mesmo a Constituição de 1891 foi uma compilação da Constituição de 24. O que a República apresentou no lugar da Monarquia foi o que poderia dizer de uma ditadura republicana, algo que acabou decepcionando Silva Jardim um dos maiores defensor da República. Já a ideologia positivista de cidadania era a não participação popular na política, o povo seria excluído do processo de eleição, porém o Estado protegeria o povo de uma forma paternalista.
                O povo não se sujeitou aquela forma de decisão, em pequena e em grande escala houve o levante da população. Foi o caso dos oficiais do Exército, da liga de operários, ou seja, dos excluídos se manifestando contrario a atuação do Governo. O Governo em represaria começou a expulsar estrangeiros acursados de causar desordens, como o regime precisava da força do das armas para assegurar o poder, foi permitido ao soldado também participar no processo de eleição.
                 O terceiro capítulo levanta a teoria do por que não houve um levante populacional em represaria a República, de uma forma pejorativa Louis Couty afirmou que no Brasil tinha povo, que os críticos buscavam eram um povo europeu nos trópicos, mas o povo soube ir a rua para protestar, como foi o caso de várias greves de operário e revoltas, como foi o caso da Revolta da Vacina, nesse hora o povo se fez presente.
                 O povo tinha uma descrença na política e no seu processo eleitora, a corrupção já era grande já no início da República e o seu processo eleitora era extremamente violento e própria ausência de partido político identificado com o povo foi o que criou esse afastamento do povo com a política.
                 O quarto capítulo se dedica a falar sobre a Revolta da Vacina de 1904 e sua contribuição para a República, como ela influenciou o regime político ou foi influenciada por ele.
                 Treze dias que mostraram a força do povo revoltado, protesto que começou por motivo de certa forma o que hoje poderia dizer até banal foi usado por membros da oposição ao governo para atiçar o povo e fazer o seu levante, o problema foi que esses membros não contavam com o descontrole sobre a situação, o povo tomou conta do movimento e foi até as ultimas consequência para garanti o seu direito sobre seu corpo e sua moradia, ou seja, não ter nem um nem outro invadido pelos agentes de saúde.
                 A insatisfação já era tão grande que uma questão de saúde coletiva se agravou pra uma revolta armada que obrigou o presidente a decreta estado de sítio na cidade do Rio, o Exército foi obrigado a intervir, várias depredações foram causadas nos bairros e a sociedade ficou refém do movimento, tudo isso mostrou a força da população. A Revolta fora composto por trabalhadores de vários setores o que mostra ser uma revolta também política, mesmo a empresa querendo usa-los como membros desocupados da sociedade, o que ficou claro foi a participação do operariado brasileiro que viu nessa Revolta uma forma de ir contra ao Governo, como foi o caso de parte do Exército que também se aproveitou do movimento pra fazer o seu levante.
                 Essa foi a forma que a população mostrou ao regime que não era submisso ao sistema e que querendo sabia ir a luta, mesmo não tendo ganhado a Revolta o povo foi vencedor, pois foi interrompido o uso da vacina.
                 O quinto e último capítulo relata se povo era bestializados ou bilontras? Bestializados o povo não era. A sua não participação era justamente a forma que o povo mostrava que não se interessava pela República e até certo ponto foi contrario a ela quando demostrava apoio a Monarquia.
                 O governo em contra partida só favorecia ao povo quando necessitava do seu apoio, mas tentava a todo custo manter o povo longe das decisões. Ao povo não foi ensinado à participação política, o se esperava dele era justamente a aceitação dos mandos da elite, o que ocasionou um afastamento do povo. Mesmo a sociedade em formação vinha de um período que até pouco tempo era de escravidão, a escravidão não esta muito longe da República em questão de tempo, sendo um movimento não de luta ou pelo menos vencido por luta e sim uma concessão do antigo Governo que de certa forma explicava o apoio que a Monarquia obtinha da população.
                O povo era bestializado se muito poderia ser classificado como bilontra e não de uma forma pejorativa, mas de um povo que sabia com o que se envolver e o que seria melhor pra ele e o que não fosse não merecia a sua participação.
                 O livro apresentou a tese de como foi a participação do povo do processo de formação da República e sua atuação, se houve atuação necessariamente falando. A República como os outros movimentos político foi imposta ao povo e ao povo só coube aceita a sua não participação política, se isso foi uma forma de revolta foi o que pareceu, se não foi consultado o povo a respeito da aceitação do novo regime e era claro que a elite não queria de jeito nenhum que o povo se envolvesse a não ser como massa de manobra política, por outro lado o povo usou desse fato pra não tomar partido.
                O povo fez valer a sua cidadania mesmo não fazendo parte do governo, mesmo excluído se fez presente, os estrangeiros e até mesmo os intelectuais brasileiro que não viam o povo constituído na época da República como o povo brasileiro teve que aceita que aquele era a imagem de povo que tinha o Brasil e durante as revoltas perceberam a força que tinha a aquele povo, constituído por negros, índios e estrangeiros naturalizados foram a base de construção para o que temos hoje de identidade nacional, até mesmo a participação política é reflexão de nossa construção social.

2 comentários:

  1. Professora tentei formatar no blog, mas na visualização a resenha esta assim, só em editar que ele esta formatado.

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  2. Eu achei que a formatação está ok.
    quanto ao seu texto, ele está um pouco confuso, em alguns momentos sem muita clareza, sem encadear os argumentos... e vc não se posicionou nesse debate, nem discutiu como a historiografia se colocou a respeito da obra de José Murilo de CArvalho.
    Nota: 7.0

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